“O Show de Truman: O Show da Vida” é um filme lançado em 1998 com roteiro assinado por Andrew Niccol e direção de Peter Weir. Truman se ergue como um dos maiores clássicos do cinema mundial. Desta forma, o longa aborda questões filosóficas, críticas sociais e psicológicas com um humor à moda Jim Carrey. Diga-se de passagem, é o protagonista. Portanto, além dele, o elenco conta com Laura Linney, Noah Emmerich, Ed Harris e a “maravilinda” Natascha McElhone.
SINOPSE DO FILME O SHOW DE TRUMAN
Percebendo a exaustão dos programas de TV, Christof (Ed Harris) cria um progama em formato de reallity show que promete revolucionar a indústria televisiva. E revoluciona mesmo. Antes de tudo, ele cria um mega estúdio para simular a ilha Seahaven que conta com mais de 5 mil câmeras e milhares de atores.
Em outras palavras, todos na ilha são parte de uma encenação guiada por roteiristas com textos prontos. Exceto Truman Burbank (Jim Carrey), um agente de seguros que aparentemente tem uma vida feliz. Nesse sentindo, a grande questão é que ele não sabe que sua vida tem sido transmitida para bilhões de pessoas ao redor do mundo desde o útero de sua mãe.
Logo, seus amigos, seus vizinhos, seus pais, seu trabalho e até seu casamento, tudo é uma farça com atores bem treinados para fazer aquilo parecer verdade. Ou seja, esse é o argumento do criador do reality: “O programa é um sucesso porque, embora tudo seja falso, Truman é verdadeiro e age com emoções reais.”
Então, tudo muda quando Truman se depara com fatos estranhos em seu dia a dia. Nesse meio tempo, um equipamento de luz que simulava uma estrela cai bem em sua rua; uma falha na transmissão de rádio faz ele ouvir a direção do programa narrando seus passos e, talvez o acontecimento mais marcante: uma garota pela qual ele se apaixona tenta avisá-lo de que ele vive uma farsa arquitetada por produtores de TV.
TRUMAN E UMA ANÁLISE FILOSÓFICA
Imediatamente, a primeira conexão que se pode fazer é com o Mito da Caverna, de Platão. Assim, o estúdio seria a carverna e toda farça roteirizada seria as sobras, o mundo irreal apresentado a Truman que logo logo começaria a dar um jeito de fugir daquele lugar passando a conhecer o mundo verdadeiro “fora da caverna”.
De maneira idêntica, ainda dentro do debate filosófico podemos apontar questões morais, éticas e de liberdade. Afinal, como as pessoas não questionavam o fato de alguém ter todos os seus direitos violados?
Como o mundo inteiro se deleitava na vida de alguém que tinha até seus medos criados de forma artificial, como quando fingiram a morte de seu pai por afogamento para que a água lhe seja um trauma. (Para que ele nunca pensasse em fugir pelo mar).
Como resultado, inclusive, nos leva a pensar sobre as nuances midiáticas da atualidade. Desse modo, quantos dos nossos sentimentos são legitimamente nossos? Tá, tudo bem, sabemos que estar em sociedade é isto mesmo: interferir e ser interferito.
No entanto, o ponto-chave é o que chamam de RACIONALIDADE ESTRATÉGICA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO. Logo, quando a TV, o rádio e sobretudo a internet nos empurra para onde quer de forma pensada e estratégica, são mesmo golpes baixos dos quais temos poucas formas de nos defender.
ANÁLISE SOCIOCULTURAL
Em síntese, aos poucos – ou às pressas mesmo – os meios de comunicação ditam qual a melhor blusa para esta época do ano, o sapato hiper booster dá lugar ao mega que perderá seu pódio amanhã para o mais novo ultra booster. Portanto, ditam onde devemos ir e onde não nos cabe transitar, quem será a nova celebridade, o prato certo do jantar e em casos mais profundos tocam em nossos sentimentos – como já dito – criando medos, inseguranças e ansiedades.
Bem como falando em racionalidade estratégica da mídia, eis o gigante que compõe o nosso show sociocultural: as redes sociais. Imediatamente, aqui a coisa fica complexa. Por exemplo, Truman era manipulado e assistido, ponto! A gente se deixa manipular, estamos no show porque queremos e neste caso somos espectadores e participantes de forma simultânea, é o maior show de câmeras já visto.
Mas afinal, o que se espera com essa crítica? Que depois de ler este artigo todos se desconectem, façam suas malas e migrem para o meio da mata? Para que assim possam ter apenas sentimentos e sensações puras? Claro que não!
A ideia é pensar sobre as nuances da sociedade para que tenhamos clareza do que é real e o que é virtual. A proposta é dar um estalido em nossa mente que vive absorta nas atividades do dia a dia. Assim sendo refém de um mar de conteúdo. Reflitamos e sejamos livres na medida que nos for possível para que, nesse mar de conteúdos, a gente não surfe em qualquer onda que nos for proposta.