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Graffiti: a arte urbana para criar conexões e reforçar valor de marca

Sair do tradicional pode ser a resposta que você estava procurando para impulsionar os resultados. Confira como o graffiti pode gerar valor de marca e reforçar seu posicionamento.

  • 5 min de leitura
  • 21 agosto, 2024
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O graffiti é uma arte urbana ou vernacular que, infelizmente, ainda tem sua interpretação marginalizada em diversas partes do mundo. No entanto, aos poucos, tem ganhado reconhecimento, mostrando sua capacidade de transformar marcas, empresas e criar conexões com os consumidores. Desse modo, neste artigo você conhecerá brevemente a história do graffiti e cases dessa forma de expressão que tem dado resultado. Boa leitura!

Afinal, quando nasceu o graffiti?

Primeiramente, a origem real do graffiti ainda deixa dúvidas entre muitos historiadores. Nesse sentido, a Academia Brasileira de Arte, define o movimento como “uma intervenção artística em espaços públicos”.

Todavia, como a Roma Antiga era conhecida por essas intervenções, existe hoje um consenso de que o Graffiti exista desde essa época – até antes disso. Por exemplo, na Pré-História, quando o homem pintava cavernas utilizando substâncias biológicas de plantas e animais. O tema? Inscrições sobre caças, batalhas e situações cotidianas.

Por outro lado, na Idade Contemporânea, o surgimento do graffiti está associado às décadas de 1960 e 70, em Nova Iorque, EUA. Entretanto, por ser uma manifestação cultural e social de história marginalizada, apontar quem a iniciou é quase impossível. De acordo com o que tem documentado, ele surgiu nas periferias daquela região

Sob o mesmo ponto de vista, junto do graffiti, movimentos como o do skate e do hip hop também se desenvolveram, sendo difícil pensá-los separadamente. Além disso, muitas pistas de skate possuem esse tipo de arte, tornando-se verdadeiros templos dos grafiteiros.

Fonte: hettagraffitti

Quando começou o graffiti no Brasil?

O movimento de contracultura que acontecia no mundo entre o final dos anos 60 e o começo de 70 também impactou o Brasil. Além dos reflexos musicais e do movimento tropicalista, os muros das periferias de São Paulo se tornaram comunicação artística. Contudo, foi a partir de 1980 que o graffiti deu seus passos mais fortes pelo país, sendo referência em seu estilo globalmente.

Atualmente, o graffiti segue visto por parte da sociedade com polêmica. Desse modo, uma parte das pessoas consideram esse tipo de arte como vandalismo. Por outro lado, há estudiosos e urbanistas que entendem como expressão urbana, e admiram como arte. Neste ponto, se faz importante reiterar que graffiti não é o mesmo que pichação, existindo diferenças claras entre ambos.

Em sua essência, o graffiti é uma intervenção pública focada em críticas sociais ou sentimentos. Já a pichação, além de ser um crime ambiental, costuma ter apenas palavras, frases ou nomes de pessoas e grupos. As técnicas utilizadas também são diferentes. Do mesmo modo, há esta diferença: a pichação é feita somente com spray, enquanto o grafite possui utensílios variados enriquecendo os projetos.

Como o graffiti pode reforçar o branding?

Sendo uma manifestação cultural e social, o graffiti pode ser usado para comunicar, inovação, criatividade, ousadia e fazer críticas sociais. Em áreas como branding, ele tem sido utilizado pelas marcas para desenvolver campanhas de marketing, criando autenticidade e rebeldia. Além de se conectar diretamente com o consumidor urbano, assim também é possível gerar diferencial na era da hipercomunicação.

Para saber que esse tipo de estratégia dá certo, basta conhecer os cases. Empresas como a Nike, Red Bull e Adidas têm feito parcerias com artistas como  Shepard Fairey, Bruno Big, Kueio, entre outros. Esse tipo de ação é a responsável por gerar impactos positivos em ações específicas e campanhas de marketing.

Na campanha Nike Air Max Graffiti Stores, por exemplo, a Nike transformou grafites famosos de São Paulo em lojas virtuais. Em parceria com a Instagrafite, os autores das principais artes de rua locais foram convidados para calçar seus personagens com o novo Air Max. Utilizando geolocalização, os tênis grafitados ficavam disponíveis para venda apenas para quem estivesse próximo da obra.

A ação veio da AKQA Casa e, indo além da estética, gerou mídia espontânea e visibilidade. Prova disso são as premiações no Festival de Cannes: um Grand Prix, na categoria Media Lions, e um Grand Clio. A cobertura midiática orgânica também teve resultados positivos, visto que o case foi pauta dos principais veículos da cidade.

Aplicando o urbano em outro contexto, a Goldko utilizou o graffiti para compor a tipografia de sua linha de marshmallows. Assim, a embalagem traz grafismos fluidos, lembrando claramente a promessa do produto: a fofura. A criação é de autoria do Colletivo Design, estúdio brasileiro de design que atua há 20 anos com comunicação.

Fonte: AQKA

Qual é o cenário do graffiti no sul de Santa Catarina?

Apesar de lembrarmos de grandes centros urbanos quando falamos em graffiti, o sul de Santa Catarina também tem se movimentado. Empresas como a Yellow Fit Academia, o Criciúma Esporte Club e corporações privadas têm se manifestado com essa arte. Entre os destaques da região, estão os artistas da Gamex Graffti Brasil, crew formado no Chile com projetos em Criciúma. Coordenados por Ricardo Bernardo, o Herok, recentemente o coletivo reuniu diferentes grafiteiros para desenvolver um mural no muro de uma escola.

Com a participação de sete artistas, a pintura retrata a mineração de carvão em Criciúma. Combinando realismo e elementos figurativos, a obra entrega aos espectadores uma visão detalhada de um cenário de mina. Tudo muito colorido e repleto de história.  Além disso, o coletivo também organizou um evento com batalhas de rimas, tags e bombs. Na ocasião,este autor que vos escreve teve a honra de ganhar o segundo lugar na batalha de assinaturas.

Fonte: Autor

Como você pode ver ao longo deste conteúdo, o graffiti é uma manifestação rica em cultura, capaz de contribuir com marcas. Isso pode ser feito tanto no ato de as expressar e comunicar, quanto na aproximação que é gerada com o consumidor. Inclusive, essa geração de valor por meio da cultura urbana foi comentada no Connex 2024, de Criciúma, por Eliézer Santos. No Flagr você confere um conteúdo com os principais insights do maior evento de marketing do sul de Santa Catarina. Até mais!

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Designer gráfico, especialista em identidade, ilustrador grafiteiro membro da BAW CREW (Best Angolan Writers), natural de Damba, na província do Uíge, bacharel em Design Gráfico pela UNISATC, onde me destaquei como aluno de excelência. Como designer já participei do World Creativity Day 2021 e acumulei experiência em diversas agências no Brasil, desenvolvendo projetos para grandes empresas nacionais e multinacionais, como a Thomson Reuters Brasil. Como grafiteiro já pude parcipar em varios eventos como Policromia na cidade de içara; Obtive o 2º lugar no concurso de graffiti da sprite rompimento em Angola; 2º lugar na batalha de tags (assinaturas de graffiti) no evento organizado pela GAMEX Brasil; e junto com a BAW CREW tivemos a honra de ter alguns trabalhos publicados no primeiro livro de graffite (Street Art Africa Book) do continente africano.

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